O Rio Tibagi ficou bastante conhecido desde 1754 por suas minas de diamante e ouro. Por isso, em várias épocas chegavam por aqui garimpeiros, faiscadores e aventureiros vindos de todos os lados do Brasil por estradas percorridas com carroças.
No ano de 1912, em uma das grandes baixas de suas águas, o Rio Tibagi viu ressurgir seus garimpos quase abandonados, com a afluência de novos garimpeiros, quase todos eles vindos do norte e nordeste do Brasil. Ótimos mergulhadores, esses garimpeiros, que vieram a mando de famílias ricas de regiões mineiras, acabaram se estabelecendo comercialmente nas proximidades do rio em Tibagi, constituindo família por aqui e se tornando, tempos depois, conhecidos tibagianos.
Escafandro
Equipamento raramente utilizado nos dias de hoje, o escafandro era um capacete de bronze de 15 quilos de peso, com duas lentes laterais fixas e uma frontal destacável, ligado em sua parte traseira por uma peça fixa, uma mangueira forte de borracha, entremeada de fibra e lona de 20 metros de comprimento, camisa de lona, amarrado ao garimpeiro dois pesos de chumbo de 30 quilos cada um, que mantinham o escafandro no fundo do rio.
Lenda do Escafandro
A lenda conta que um grupo de garimpeiros estavam fazendo lavagem de cascalho no Rio Tibagi, no qual encontravam punhados de diamantes.
Ao anoitecer, durante o descanso dos garimpeiros, eles colocaram suas máquinas de escafandro no gramado da beira do rio. Os garimpeiros foram dormir, até que um deles perde o sono e começa a caminhar próximo às barrancas do rio, quando avistou em meio as máquinas o movimento de um escafandro levantando-se em meio às outras. A princípio imaginou que fosse um dos colegas, mas quando olhou o escafandro a flutuar e no capacete um clarão, o garimpeiro ficou todo arrepiado e gritou “Um fantasma!”. Ele se escondeu atrás de uma árvore e ficou observando, assustado, o fantasma do escafandro desaparecer nas profundezas do rio. A partir de então nunca mais teriam achado diamante naquele local, que ficou conhecido como assombro.
Museu histórico de Tibagi
O Museu Desembargador Edmundo Mercer Júnior, em Tibagi, conta em detalhes como era o mergulho de escafandro e retrata muito bem a mineração no Rio Tibagi, com destaque para essa época do Ciclo de Diamante na região. Trata-se do único museu do sul do país que apresenta a história da mineração e do garimpo local. Ele fica aberto ao público de Terça a Domingo, das 9h às 11h30min e das 13h30min às 17h.